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Estudo desaconselha concorrência na praticagem dinamarquesa
"Levantamento da empresa de consultoria Cowi mostra que a livre concorrência do serviço de praticagem na Dinamarca seria uma ameaça à segurança em uma das regiões de maior tráfego de navios no mundo"
Legenda
Uma reportagem publicada no site Shipping Watch, especializado em transporte marítimo, informa que aqueles que apoiam a liberação do serviço de praticagem na Dinamarca — que abrange as águas do país e do Mar Báltico, uma das regiões com maior tráfego de navios no mundo — vão se decepcionar ao ler as recomendações de um novo relatório elaborado pela empresa de consultoria Cowi. As conclusões do relatório se opõem às pretensões de companhias de navegação dinamarquesas de que haja livre competição nos serviços de praticagem na navegação de transporte internacional no país nórdico. A consultoria desaconselha a concorrência para empresas de praticagem em águas dinamarquesas, devido a razões de segurança e a muito pouca experiência internacional de concorrência nessa área. Em vez disso, a Cowi incentiva os políticos locais, que estão atualmente debatendo o futuro da praticagem, a fortalecer a empresa estatal Danpilot, responsável pelo serviço. Liberação levaria a serviços de praticagem mais caros “Acreditamos que, a fim de atingir a meta de eficiência e de assegurar, simultaneamente, um elevado nível de segurança, deve-se manter uma empresa estatal com base na atual Danpilot, para coordenar as atividades, garantir sinergias e verificar a eficiência do serviço de praticagem dinamarquês como um todo”, recomendou a Cowi. Em vez de indicar a liberação, o estudo aconselha a exercer uma pressão contínua sobre a empresa estatal para obter serviços eficientes a partir de metas realistas, comparando seu trabalho com o de outras organizações semelhantes. O estudo deduz que a liberação seria mais cara, ou pelo menos igual em custos, e que provavelmente levaria a menos segurança, devido a menor grau de regulação, coordenação e a risco de incentivos não salutares a estruturas. Pouca experiência estrangeira Entre outros pontos, a Cowi analisou diversas experiências internacionais e descobriu que a grande maioria dos países tem, hoje, serviços de praticagem controlados pelo Estado. Vários tentaram imprimir competição aos serviços de praticagem, com diversos graus de liberação ou desregulamentação, mas a impressão geral é de que esse não é o caminho a seguir. Países como a Austrália, os Estados Unidos e o Canadá têm feito experiências de competição nos serviços de praticagem. Muitos estados norte-americanos tradicionalmente promovem um sistema em que várias associações de praticagem compartilham um mercado baseado em um princípio de rotação. Dessa forma, não há concorrência em relação a clientes individuais, diz o relatório. A Associação Dinamarquesa de Praticagem solicitou o estudo realizado pela Cowi porque queria colocar alguma luz sobre os prós e contras de vários cenários, para se certificar de que eles serão incluídos nas discussões políticas sobre a atividade. Águas com muito tráfego A Cowi começa por salientar que as águas dinamarquesas estão entre as com maior tráfego no transporte global, e que existem vários desafios relacionados com a navegação nessa região. Há vários trechos onde o fundo do mar fica muito perto do casco dos navios, o que significa que o menor desvio de águas seguras pode encalhar a embarcação. Além disso, os estreitos na Dinamarca constituem um desafio especial em relação às passagens com distâncias bastante curtas. Aqui, em particular — em especial com o aumento da quantidade de tráfego —, mesmo o menor desvio pode resultar em colisões, de acordo com o estudo. “Os práticos dinamarqueses são especialmente importantes em relação aos muitos navios-tanques que navegam em águas do país. De particular interesse em termos de segurança é o fato de que grandes quantidades de petróleo são transportadas através da Dinamarca todos os dias, desde o Mar Báltico até o Mar do Norte — e diz-se que esse número aumentará como resultado, particularmente, do aumento de navios-tanques russos com petróleo”, anotou a Cowi. Extrato da análise da Cowi “Hoje os práticos dinamarqueses são navegadores altamente especializados, com muitos anos de experiência como comandantes. Tradicionalmente, a profissão de prático tem sido caracterizada pela identidade forte e independente. Há um entendimento implícito de que os práticos estão aqui para fornecer o máximo de segurança possível, principalmente através de consultoria preventiva e imparcial. A impressão geral, hoje, é de que os serviços de praticagem oferecidos têm um padrão bastante elevado. Os serviços de praticagem dinamarqueses são amplamente considerados como uma parte importante da prevenção de acidentes e vazamentos de óleo na Dinamarca.” A íntegra da reportagem original pode ser obtida neste endereço: http://shippingwatch.com/Services/article5582566.ece
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